Sob o peso nocturno dos cabelos
Ou sob a lua divina do teu ombro
Procurei a ordem intacta do mundo
A palavra não ouvida
Longamente sob o fogo ou sob o vidro
Procurei no teu rosto
A revelação dos deuses que não sei
Porém passaste através de mim
Como passamos através da sombra
Sophia de Mello Breyner Andresen, Obra Poética II
29 agosto 2008
28 agosto 2008
Um amor que nos consome
"Mas os rostos que procuramos desesperadamente escapam-nos: nunca é mais que um momento..."
Marguerite Yourcenar, Memórias de Adriano
Marguerite Yourcenar, Memórias de Adriano
14 agosto 2008
Lunar
Nunca mais poderei deixar o meu corpo esquecido junto ao teu. O mundo que não existia longe da tua pele. Os meus dedos a deslizarem pela superfície da pele das tuas mãos. E o desejo enganava-nos.
José Luís Peixoto, Antídoto
José Luís Peixoto, Antídoto
O coração falha um batimento
O coração falha um batimento
nesta casa de sombras esquecidas
repito os mesmos gestos
o mesmo tom de voz
repito a mesma melancolia resignada
somos silenciosos
esperamos horas sem fim pela palavra distraída
vemos o mundo acordar lá fora
mas não aqui
temos a sabedoria e o frio do mármore
o medoe o vento assobiando nas janelas
a memória
os passos que ecoam
o castigo de deus nas almas dos homens
nesta casa de sombras esquecidas
repito os mesmos gestos
o mesmo tom de voz
repito a mesma melancolia resignada
somos silenciosos
esperamos horas sem fim pela palavra distraída
vemos o mundo acordar lá fora
mas não aqui
temos a sabedoria e o frio do mármore
o medoe o vento assobiando nas janelas
a memória
os passos que ecoam
o castigo de deus nas almas dos homens
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