11 maio 2009

Viagens



"O pó guarda a memória dos passos, desafia a brevidade da areia lavada pela asa do mar e pelo vento. A sombra das figueiras denuncia o sol, como um ferro quente na terra. Silêncio e secura: a lâmina da sede. Nem a hortelã nos amacia a aspereza da língua. As sílabas do levante traduzidas pelo sul. O pó é uma ressonância: albúm encarquilhado pela saudade. E o futuro também não é para aqui chamado. Por favor.


(...)


Logo vais ter as mãos suspensas no luar: a memória da tarde. Sem dares por isso, as constelações começam a furar o firmamento, à medida que o azul envelhece e se decanta sobre o mar. Primeiro, ainda verás o gado recolher cabisbaixo, a procissão rural das bestas, sobrevoada pelas aves recortadas na distância. Só as folhas, a tremura dos arbustos, denunciam a mudança: esse sopro breve que apaga o sol e atiça o perfume do levante."


Jorge Fallorca, Longe do Mundo

04 maio 2009

Apaixonei-me por esta música. Lembra-me de ti. Não sei porquê. Quer dizer, até sei, mas é um segredo só meu :)

"even if the world falls down today

You still got me to hold you up

And I would never let you down"