
Registo em silêncios o itinerário da longa viagem
que inevitavelmente terei de fazer
por entre equívocos e ruas cinzentas
pressinto que se aproxima uma despedida
uma porta entreaberta na penumbra da casa
uma respiração lenta que anuncia a manhã
todos os abismos me chegam como vozes dispersas
desejos de eternidade na ponta dos dedos
a vibração do mar que nos leva para longe
nem sempre chegamos a tempo de salvar alguém
que nos habita o peito
e nem sempre as lágrimas preenchem o vazio dentro de nós
ou o amor nos leva as sombras
Fotografia de Todd McDonald
1 comentário:
pois não, nem sempre as lágrimas, nem sempre o amor... gostei de o ter descoberto.
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