27 março 2008

Palavras que se sentem

vésperas do medo

viajo por este lugar onde cresceu
a fronteira entre a noite e a palavra,
aqui os animais trazem o medo até à minha mão:
e nela fica a baba;
vive-se a desolação no que resiste de um corpo,
na casa entregue à voracidade das trepadeiras;
viajo pelo equívoco de um rosto
frente a outro rosto o relatório
lê a tua vida até ao nome

Rui Nunes, Ofício de Vésperas

1 comentário:

tchi disse...

é na vida que o nome se nomeia, diz, lê, é.