09 abril 2008

Violência do silêncio

Como se de uma morte se tratasse
atravessamos dia a dia o vazio ruidoso da cidade
seguimos os relógios e as marés
melancolia que nos habita por dentro

nas manhãs mais negras
fechamos os olhos e adormecemos à beira do abismo
como se de uma morte se tratasse
com a voz da noite na memória

nem sempre chegamos a tempo
demasiado sós a enfrentar o vento
ou a nossa cegueira de todas as horas
nem sempre sabemos que o momento passou

tememos a escuridão e a loucura
o amor
e a súbita violência do silêncio

1 comentário:

Anónimo disse...

a palavra cegueira neste texto é a única que vê.