Como se de uma morte se tratasse
atravessamos dia a dia o vazio ruidoso da cidade
seguimos os relógios e as marés
melancolia que nos habita por dentro
nas manhãs mais negras
fechamos os olhos e adormecemos à beira do abismo
como se de uma morte se tratasse
com a voz da noite na memória
nem sempre chegamos a tempo
demasiado sós a enfrentar o vento
ou a nossa cegueira de todas as horas
nem sempre sabemos que o momento passou
tememos a escuridão e a loucura
o amor
e a súbita violência do silêncio
1 comentário:
a palavra cegueira neste texto é a única que vê.
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