08 maio 2008

Silêncios

Oiço a tua voz nas entrelinhas do poema
mesmo quando a ausência nos consome

as imagens repetem-se sempre iguais
esperar por um autocarro fumar um cigarro
patir para o destino que já não reconheço

quando aqui cheguei não tinha palavras
nem madrugadas
só o silêncio vago da solidão
tu deste-me todas as tuas palavras
permitiste-me usá-las
e construir com elas o nosso futuro

hoje sei que vive entre nós a distância deste abandono
a arte de apaziguar as sombras que nos acompanham
e atravessar cada dia com uma serena esperança no amanhã

1 comentário:

Queen Frog disse...

"mesmo quando a ausência nos consome"

esperançosamente belo :)